Referência original: Giard A (1901) Sur un thrips (Physopus rubrocincta nov. sp.) nuisible au Cacaoyer. Bulletin de la Société Entomologique de France 15: 263–265.
Corpo castanho escuro; tarsos amarelos e tíbias majoritariamente castanhas; segmentos antenais III & V amarelos na metade basal, IV amarelo na base e no ápice; asas anteriores castanho-escuras. Cabeça com esculturação bem marcada e forte constrição basal; região ocelar inchada e com um par de cerdas longas. Antenas com 8 segmentos, III & IV com cones sensoriais bifurcados. Pronoto transversal e esculturado, um par de cerdas anteromarginais longas. Endofurca mesotorácica sem espínula e endofurca metatorácica com um par de braços curvos e longos, estendendo-se ao mesotórax. Metanoto formando um triângulo robusto medialmente, delimitando reticulação transversal; sensilas campaniformes presentes; um par de cerdas longas medialmente. Tarsos com um segmento. Asas anteriores com cílios costais mais longos que as cerdas costais; as duas fileiras de cerdas essencialmente completas. Tergitos abdominais reticulados nas áreas laterais; III–VIII com um par de cerdas discais longas medialmente; tergito VIII com um pente completo de longas microtríquias; X sem divisão longitudinal. Esternitos com craspeda e cerdas posteromarginais longas. Ambos os sexos com asas.
Machos com pequenas placas porosas ovais na margem anterior dos esternitos III–VII; tergito IX com três pares de cerdas robustas, parecidas com espinhos.
Variação intraespecífica
Marcas castanhas na porção mediana do segmento antenal IV às vezes não são distinguíveis.
Informações do gênero e espécies similares
Selenothrips inclui apenas essa espécie e é proximamente relacionado com o gênero monotípico africano Xestothrips, apesar deste último não possuir esculturação na cabeça e no pronoto. Selenothrips rubrocinctus possui uma morfologia característica por possuir a cabeça constrita a um pescoço basal e asas anteriores escuras que possuem duas fileiras de cerdas longas e pretas (Mound & Marullo 1996). Selenothrips rubrocinctus também é parecida com a espécie Neotropical Brachyurothripsanomalus em aparência geral, e ambos possuem cabeça com formato semelhante e longas cerdas escuras nas asas anteriores. Entretanto, B. anomalus pode ser distinguida pelo cone sensorial simples nos segmentos antenais III & IV e ausência dos pares de cerdas ocelares I & II.
Distribuição no mundo
Possivelmente originária da África, atualmente é amplamente distribuída em países tropicais de todos os continentes.
Distribuição no Brasil*
Amplamente distribuída: Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
*Dados da literatura e dos autores.
História de vida
Vive em folhas de diversas espécies de plantas não relacionadas. É comumente chamado de “tripes do cacau” ou “tripes de faixas vermelhas”, por causa da coloração dos segmentos abdominais I & II da larva de segundo ínstar. No Brasil, larvas e adultos são comumente coletados em cacau, Eucalyptus e Inga.
Importância econômica
Causa danos em folhas de várias plantas cultivadas, como bananeira, cacau, Eucalyptus e manga.
Referências sugeridas
Mound LA & Marullo R (1996) The Thrips of Central and South America: An Introduction. Memoirs on Entomology, International 6: 1–488.
Wilson TH (1975) A monograph of the subfamily Panchaetothripinae (Thysanoptera: Thripidae). Memoirs of the American Entomological Institute 23: 1–354.